domingo, 30 de novembro de 2008

Parasitismo Social

Quando adquirem a confiança de alguém, aproveitam-se enquanto podem, descartando-o depois. É comum que peçam dinheiro emprestado e não paguem. Seu parasitismo é tamanho que chegam a obter vantagens das mesmas pessoas a quem continuamente agridem. Executando o jogo da manipulação dos sentimentos (apelando para a culpa e a piedade da vítima) alternadamente com as agressões físicas, verbais ou psicológicas, o sociopata consegue mantê-la presa a si, enquanto espolia tudo quanto puder.

domingo, 23 de novembro de 2008

Ausência de Delírios ["insanité sans delire"]

Esses indivíduos não têm sinais de qualquer outra doença mental, tal como neuroses, alucinações, delírios, irritações ou psicoses. Podem ter um comportamento tranquilo no relacionamento social normal. Não ficam nervosos facilmente e até se gabam disto diante de suas vítimas (afirmando que eles são os normais, enquanto elas são as desequilibradas, por perderem a compostura quando estão diante deles). Diferentemente das pessoas com transtornos psicóticos, em que frequentemente há perda de contato com a realidade em face das alucinações que tais pacientes têm, os psicopatas são quase sempre muito racionais. Eles têm plena consciência de que suas atitudes são condenáveis pela socidade, mas são totalmente indiferentes a isso. Indivíduos psicóticos raramente são psicopatas.

sábado, 15 de novembro de 2008

Incapacidade de se Responsabilizar por Suas Próprias Ações

Sociopatas têm enorme dificuldade de assumir a responsabilidade por seus atos. Falta neles, em maior ou menor grau, o senso de responsabilidade para a realização de tarefas. Pelo contrário, eles rejeitam responsabilidades e criam desculpas muito bem elaboradas com vistas a manipular as pessoas e levá-las eventualmente a sentir pena deles. E muito além de meros discursos evasivos, eles são extremamente hábeis em despistar as pessoas, fazendo de tudo para impedi-las de identificar e por conseguinte denunciar suas falhas de comportamento. Agem sempre de maneira sofisticada, sutil e esperta, dando sempre o pulo do gato, sempre pegando a todos de surpresa.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Irresponsabilidade e Não Confiabilidade

Embora o psicopata passe a impressão inicial de ser uma pessoa inteiramente confiável, em pouco tempo demonstrará sua ausência de senso de responsabilidade. Não importa quão urgente ou importante seja o compromisso ou as circunstâncias, ele pode cancelá-los no último minuto ou simplesmente não comparecer. E para ele não faz diferença ser chamado atenção ou não por seu mau comportamento: sua atitude permanecerá a mesma. Faz parte do seu histórico desempenho errático com faltas frequentes no trabalho e a permanência em empregos apenas por curtos períodos de tempo; atividades acadêmicas também podem ser negligenciadas, fato especialmente causador de problemas quando a irresponsabilidade do sociopata prejudica o desempenho dos colegas. Socipatas fazem facilmente promessas àqueles que vivem ao seu redor. Vivem por prometer que serão melhores pessoas, que ajudarão alguém em alguma situação ou problema ou que farão isto ou aquilo. Entretanto, em sua maioria, essas promessas são vazias e sem significado, pois ele raramente cumpre alguma. Outra faceta da irresponsabilidade desses indivíduos é a sua dificuldade em honrar suas obrigações financeiras. Sociopatas empurram com a barriga suas dívidas, sempre prometendo que irão pagar, mas continuamente protelando o dia de acertar as contas. Contudo, se todas as suas falhas de comportamento acontecessem uniformemente, todos perceberiam que ele não se trata de alguém confiável, e assim logo se afastariam dele. Por esse motivo, esses indivíduos alternam períodos e situações em que se comportam como pessoas normais com outros em que transparecem seu desvio de conduta. Podem durante algum tempo, por exemplo, ir regularmente ao trabalho, honrar seus compromissos financeiros e até obter títulos honoríficos no trabalho ou universidade. Psicopatas não irão passar a perna em todas as pessoas e em todas as situações ao mesmo tempo. Se isso acontecesse, seria bastante simples lidar com eles. Sua habilidade transiente, mas ao mesmo tempo convincente, de atingir objetivos torna as pessoas ao redor dele perplexas quando eles passam a se comportar da maneira doentia. Para agravar o quadro, não se pode prever por quanto tempo o psicopata vai se comportar de uma maneira socialmente aceitável e quando (ou como) vai agir desonesta, excêntrica ou desastrosamente. No auge do seu sucesso na empresa, ele pode passar um cheque sem fundos, cometer um furto ou não comparecer ao escritório. Semelhantemente, enquanto vive uma ótima fase no seu casamento, pode, sem motivo que justifique, começar um bate-boca com sua esposa, mandá-la embora de casa ou agredir um filho. Embora possamos predizer que seu mau comportamento e sua deslealdade vão continuar a acontecer, é impossível determinar quando, e tomar precauções contra elas. Portanto, se você conhece alguém assim, nunca confie em acordos firmados com ele, desconfie de suas promessas e nunca espere que ele vá agir conforme as regras. Sociopatas não têm consideração por ninguém.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Julgamento Pobre e Incapacidade para Aprender com Experiências Pregressas

(Esta característica é tanto mais pronunciada quanto mais grave for a manifestação da psicopatia.) Sociopatas têm enorme dificuldade ou são incapazes de modificar seu comportamento por aprender com experiências anteriores. Na realidade, quando descobrem que seu comportamento não é tolerado pela sociedade, sua reação é escondê-lo, mas nunca suprimi-lo. Dessa maneira, eles inteligentemente mascaram sua personalidade. Ele joga fora excelentes oportunidades para ganhar dinheiro, para reaproximar-se de sua esposa, para sair do hospital ou para obter coisas que ele anteriormente fez considerável esforço para obter. Essa característica pode estar relacionada com a deficiência em suas reações ao medo. Dr. Hervey Clckley diz: “minha opinião é que nenhum tipo de punição é capaz de fazer um psicopata mudar de comportamento”. Sua capacidade de realizar julgamentos é normal apenas quando ele analisa situações que ocorrem na vida de terceiros. Nesses casos, ele pode demonstrar excelente raciocínio e habilidade. Por outro lado, quando o deve aplicar esse raciocínio a situações de sua própria vida, o psicopata rapidamente transparece os sinais de sua deficiência. Sociopatas não aprendem com as punições e nem com a experiência; por essa razão, são encontrados mais facilmente entre os marginais aprisionados. Eles acreditam ter uma certa imunidade natural para os limites da vida. Os psicopatas parecem ser refratários tanto aos estímulos negativos, como castigos, penas, contra-argumentações, apelos morais etc., como também aos estímulos positivos, como é o caso dos carinhos, recompensas, suavização das penas, apelos afetivos.

sábado, 1 de novembro de 2008

Impulsividade

A ausência de sentimentos éticos e altruístas unida à falta de sentimentos morais impulsiona o psicopata a cometer crueldades, brutalidades e, nos casos mais extremos, até crimes. Essa impulsividade reflete também um baixo limiar de tolerância às frustrações, refletindo-se na desproporção entre os estímulos e as respostas; em outras palavras, eles podem reagir de forma exagerada a estímulos mínimos e triviais. No entanto, deve-se ter sempre em mente que as respostas emocionais do psicopata não são iguais àquelas que ocorrem num indivíduo normal. Tomemos como exemplo a ira. Quando um sociopata sofre com uma crise de raiva, muito do que ele demonstra é apenas teatral, ie, ele não apresenta, como as outras pessoas, uma intensa descarga de adrenalina, que se traduz em aumento dos batimentos cardíacos e da freqüência respiratória, aumento do diâmetro da pupila e tremores. Tanto isso é verdade, que os sociopatas conseguem retornar ao seu estado normal de tranqüilidade rapidamente, ao contrário das outras pessoas, que precisam de algum tempo para esfriar a cabeça. Na realidade, a ira do psicopata é muito mais racional que emocional, e, justamente por isso, algumas vezes ele se gaba, bancando o emocionalmente equilibrado quando alguém à sua volta perde a cabeça por algo que ele praticou. A violência que ele pratica é planejada, proposital e sem emoção (“a sangue frio”). Quando insatisfeito com alguém, ele maquina e executa a violência sem sentir exatamente o que os outros sentiriam na mesma situação. Por isso, a psiquiatra Ana Beatriz escreve: “Um psicopata, quando perde o controle, sabe exatamente até onde quer ir, no sentido de magoar, amedrontar ou machucar uma pessoa.” Muito disso se correlaciona com o seu senso de superioridade, com a crença que tem de que pode exercer domínio irrestrito sobre as outras pessoas, ignorando as necessidades delas e justificando qualquer coisa que sirva para alcançar seus objetivos e evitar as conseqüências negativas dos seus atos para eles mesmos. Por outro lado, os defeitos de caráter costumam fazer com que o psicopata demonstre uma absoluta falta de reação frente a estímulos importantes.