sábado, 30 de agosto de 2008
Busca por Estimulação / Sensibilidade à Monotonia
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Desembaraço e Charme Acima da Média
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Identificando um Sociopata da Vida Real
Sociopatas são indivíduos que se caracterizam por aversão à estrutura social vigente e às obrigações que dela advêm, apresentando falta de consideração para com os sentimentos alheios.
Como dissemos, o Dr. Robert desenvolveu um checklist que consta de 20 itens. Cada um deles deve ser graduado com uma pontuação, que vai de 0 (quando não é aplicável ao indivíduo examinado) até 2 (quando é perfeitamente aplicável a ele). Quanto maior a pontuação somada, maior a caracterização de uma pessoa como tendo traços de personalidade psicopática. Robert Hercz afirma em seu artigo The Psychopath Among Us que, num estudo realizado entre indivíduos agressores, detentos na América do Norte, a média de pontuação pelo PCL era de 23.3.
Na realidade, a psicopatia pode se manifestar desde formas leves, representadas por indivíduos que importunam e enganam as pessoas ao seu redor, até as mais graves, encarnadas por autores de crimes hediondos em série. Seu diagnóstico só pode ser dado por médicos ou psicólogos devidamente treinados para tal.
Por outro lado, concordamos com o Dr. Hare, quando afirma: “Medidas e categorizações são obviamente fundamentais em qualquer campo da ciência, mas as implicações de estar apto para identificar sociopatas são mais práticas do que acadêmicas. Trocando em miúdos, se formos incapazes de identificá-los, estamos fadados a nos tornarmos suas vítimas, tanto como indivíduos quanto como em sociedade.”
Portanto, nós desencorajamos que leigos saiam por aí tachando as pessoas que conhecem de psicopatas. Lembramos que o ato de diagnosticar uma entidade, seja ela orgânica ou comportamental, só é permitido a profissionais legalmente habilitados. Em contrapartida, incentivamos que nossos leitores fiquem a par dos sinais de alerta para a sociopatia e todas as suas nuances, tornando-se assim aptos a identificar suspeitos para poderem se defender a tempo.
Antes de analisar os sinais de alerta, convém citarmos as palavras de Dra. Martha Stout, professora da escola de medicina da Universidade de Harvard. Em entrevista à rede de televisão CNN, falando para leigos, ela comentou: “Um psicopata não tem que preencher 100% dos critérios para ser considerado como tal. Penso eu que três ou mais características já levantam forte suspeita de que estamos lidando com um indivíduo assim.”
Vamos agora aos sinais de alerta:
- Desembaraço e Charme Acima da Média
- Sentimentos Insuflados de Importância Pessoal
- Busca por Estimulação/Sensibilidade à Monotonia
- Inteligência Acima da Média
- Ausência de Remorso ou Culpa
- Habilidade para Mentir [Mentira Patológica]
- Manipulação e Chantagem
- Ausência de Empatia com os Outros
- Controles Comportamentais Precários
- Promiscuidade Sexual
- Problemas Graves de Comportamento na Infância e ou Delinqüência Juvenil
- Impulsividade
- Irresponsabilidade e Não Confiabilidade
- Julgamento Pobre e Incapacidade para aprender com experiências pregressas
- Incapacidade de se Responsabilizar por Suas Próprias Ações
- Casamentos/Relacionamentos de Curta Duração
- Egocentrismo e Egoísmo
- Parasitismo Social
- Ausência de Delírios [“insanité sans delire”]
- Falsidade e Insinceridade
- Mau comportamento relacionado ao consumo de álcool
- Violação de Condicional
- Versatilidade Criminal
- Ausência de Objetivos de Longo Prazo
domingo, 10 de agosto de 2008
Estudos Sobre a Psicopatia - Um Breve Histórico
O primeiro estudo relevante sobre a sociopatia foi publicado em um livro intitulado “A Máscara da Sanidade”, de autoria do psiquiatra americano Hervey Clekley. Na atualidade, o psicólogo canadense Robert Hare é o maior especialista mundial no assunto. Dr. Hare criou um questionário, conhecido como Escala Hare ou PCL (do inglês, Psychopath Checklist), que mensura, por meio de pontos, o quanto da personalidade de alguém é afetada por traços de psicopatia.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Psicopatas: Um Comentário Introdutório
Quando ouvimos o termo psicopata, logo imaginamos um homem com feições sisudas capaz de cometer crimes hediondos, como estupros ou assassinatos em série. O protótipo do psicopata no imaginário dos brasileiros é Francisco de Assis Pereira, conhecido como o Maníaco do Parque, atualmente preso, e assassino confesso de 9 mulheres. A mídia contribui para massificar na população esse estereótipo na população, o qual – embora não de todo errado – é incompleto.
Psicopatas são o que há de mais temível e intrigante nos descaminhos da mente humana. Como Flora, eles são eloquentes, charmosos, sedutores e capazes de cativar rapidamente as pessoas ao seu redor. Além de portadores dessas invejáveis características, esses indivíduos também são insensíveis, frios e com uma incrível capacidade para mentir e para manipular as pessoas, sem qualquer sentimento de culpa.
Conforme o DSM-IV-TR, a característica essencial do psicopata é um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos alheios, que se inicia na infância ou no começo da adolescência e continua na idade adulta.
Ao contrário do que muitos pensam, apenas uma mínima fração dos psicopatas está envolvida em crimes hediondos ou em violência. Na realidade, como veremos adiante, existem graus variados de sociopatia, sendo que a maioria dos sociopatas não comete crimes no sentido estrito. Eles são, entretanto, predadores sociais: deixam atrás de si um rastro de desapontamentos, decepções, desajustes sociais e famílias rachadas. Por outro lado, devido à sua grande capacidade de dissimulação, conseguem se passar por cidadãos comuns que, à vista dos desavisados, apresentam no máximo pequenos problemas de conduta ou mínimas falhas de caráter. A maior parte deles se dedica a atormentar as pessoas e a dar golpes, sem nunca, ou quase nunca, atentar fisicamente contra as suas vítimas. É sobre os que não cometem agressões físicas que falaremos aqui.
Estima-se que 1 a 4% da população são sociopatas em maior ou menor grau, sendo essa proporção a mesma em todos os continentes. No Brasil, cerca de 5 milhões de pessoas são portadoras desse distúrbio, sendo que, de cada 5 indivíduos acometidos, 4 são homens e 1 é mulher.
Apesar do aparente baixo percentual de pessoas com essa entidade, não devemos subestimar o mal que esses indivíduos podem impingir à sociedade. Dr. Hare diz: “Considere que a prevalência da psicopatia em nossa sociedade é mais ou menos a mesma da esquizofrenia, sendo esta última uma devastadora desordem mental que traz consigo uma experiência extremamente traumática tanto para o paciente quanto para a família. Entretanto, a dimensão do trauma associado com a esquizofrenia é pequena, se comparado com os estragos pessoais, sociais e econômicos causados pelos psicopatas. Eles formam uma rede bastante ampla, e quase todo mundo cai nela de uma maneira ou de outra.”
A personalidade cativante e ao mesmo tempo perniciosa desses indivíduos pode levá-los a posições de destaque na sociedade, transformando seus liderados em vítimas potencias. Na política, psicopatas emergem muito freqüentemente como os "salvadores da pátria”. São pessoas que fingem um patriotismo vigoroso e estão sempre cheios de planos descabidos, que compõem as promessas para iludir os eleitores. Normalmente, criam um padrão de comunicação verbal e visual peculiar e fazem promessas que, se observadas cuidadosamente, são impossíveis de serem cumpridas. Munidos dessas características, eles são eleitos, e passam a enriquecer às custas da exploração insensível do povo. Salas de aula e agremiações religiosas são outros exemplos de ambientes onde a ação dos sociopatas pode florescer sem grandes impedimentos.